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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

PSOL entra com representação no Ministério Público contra Rachel Sheherazade por “incitação ao crime”

PSOL entra com representação no Ministério Público contra Rachel Sheherazade por “incitação ao crime”
Nessa terça feira (11), um grupo de parlamentares,seguindo uma iniciativa do PSOL, entrou com uma representação contra a jornalista evangélica Rachel Sheherazade, acusando-a de apologia ao crime devido a comentários sobre os “justiceiros” que prenderam um suposto assaltante nu a um poste na zona sul do Rio de Janeiro.
O documento foi assinado pelo líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), pelo deputado Chico Alencar (PSOL/RJ), pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), pela deputada Érika Kokay (PT/DF), pelo deputado Renato Simões (PT/SP) e pelo deputado e ativista gay Jean Wyllys (PSOL/RJ), conhecido por constantes embates ideológicos com líderes cristãos.
Os responsáveis pela ação afirmam que a jornalista se pronunciou “desprezando e debochando do papel das polícias, do Ministério Público, do Poder Judiciário e dos defensores dos Direitos Humanos na mediação dos conflitos em sociedade”.
- As atitudes da jornalista incitam e exaltam a vingança privada, cujas práticas fogem ao controle estatal e costumam se manifestar de forma truculenta e desproporcional – afirma o texto da representação, segundo o site do deputado Jean Wyllys.
O SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), canal no qual foi transmitida a polêmica fala de Sheherazade, também é alvo da representação encabeçada pelo PSOL, que a acusa por “violação de normas constitucionais e infraconstitucionais que regulam o serviço público de radiodifusão”. Como punição os parlamentares querem que a emissora exiba durante cinco dias “programas de promoção dos direitos humanos, produzidos e/ou indicados pelas entidades da sociedade civil atuantes na área”.
Em um artigo publicado no site do jornal Folha de S.Paulo, Rachel Sheherazade comentou sobre as críticas e ataques que vêm recebendo desde que comentou o caso do assaltante que foi preso a um poste por populares afirmando que em seu espaço de opinião no jornal afirmou compreender, e não aceitar, a atitude dos chamados “justiceiros”.
- Embora não respalde a violência, a legislação brasileira autoriza qualquer cidadão a prender outro em flagrante delito. Trata-se do artigo 301 do Código de Processo Penal. Além disso, o Direito ratifica a legítima defesa no artigo 23 do Código Penal – ressaltou a jornalista.
Sheherazade criticou ainda a ineficiência dos políticos brasileiros no combate à criminalidade, afirmando que “não é de hoje que o cidadão se sente desassistido pelo Estado e vulnerável à ação de bandidos”.
- Há quem tente explicar a violência, a opção pela criminalidade, como consequência da pobreza, da falta de oportunidades: o homem fruto de seu meio. Sem poder fazer as próprias escolhas, destituído de livre-arbítrio, o indivíduo seria condenado por sua origem humilde à condição de bandido. Mas acaso a virtude é monopólio de ricos e remediados? Creio que não – afirmou a jornalista.
- Na propaganda institucional, a pobreza no Brasil diminuiu, o poder de compra está em alta, o desemprego praticamente desapareceu… Mas, se a violência tem relação direta com a pobreza, como explicar que a criminalidade tenha crescido em igual ou maior proporção que a renda do brasileiro? Criminalidade e pobreza não andam necessariamente de mãos dadas – completou.
A jornalista finalizou seu comentário sobre o caso afirmando que “Quando falta sensatez ao Estado é que ganham força outros paradoxos. Como jovens acuados pela violência que tomam para si o papel da polícia e o dever da Justiça”.
- Um péssimo sinal de descontrole social. É na ausência de ordem que a barbárie se torna lei – finalizou.
Por Dan Martins, para o Gospel+

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